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[Empresas & Mercado]

Dolly X Coca-cola

Dono de refrigerante Dolly disse que se acontecer algo a ele ou à família será obra da Coca-Cola

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Desde junho deste ano, Laerte Codonho, dono da marca de refrigerantes Dolly - com sede em São Paulo -, vem realizando uma cruzada para reunir provas de que a Coca-Cola teria agido deliberadamente para tirar a empresa brasileira dele do mercado. “Vindo à tona tudo isso, só nos ajuda, me tranqüiliza porque se alguma coisa acontecer comigo ou com alguém da minha família, está claro que isso é obra da Coca-Cola”, afirmou Codonho.

Ele esteve reunido no dia 20 de outubro com o secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg. Depois do encontro, o empresário contou que, em 15 dias, vai apresentar todas as provas à secretaria que confirmam a sua denúncia para que seja possível abrir um processo administrativo. “Vamos entregar provas que apontam que a Coca-Cola tentou tirar as empresas menores do mercado e a Dolly é a principal. E que eles realmente não pouparam nenhum tipo de intriga, de pressão em cima de clientes e fornecedores para que a Dolly saísse do mercado”, disse.

Durante reunião realizada hoje, o dono da marca Dolly apresentou ao secretário uma lista de fornecedores dispostos a testemunhar contra a Coca-Cola. Segundo Codonho, os fornecedores foram obrigados, pela Coca-Cola, a paralisar fornecimento para Dolly para que ela não pudesse atender seus clientes e que as empresas que não fornecessem para Dolly seriam recompensadas pela Coca-Cola com paralisia de pressão. “Pressão por órgãos governamentais e também a compra de insumo que era vendido por esta empresa para Dolly por um preço maior para Coca-Cola. Ou seja, a Coca-Cola pagaria a mais pelo insumo que a Dolly estava comprando, mas desde que a empresa não fornecesse nada para Dolly”, explicou.

Codonho promete entregar ainda fitas de vídeo que comprovam as denúncias. Uma delas contém a gravação de conversas entre Codonho e Luís Eduardo Capistrano do Amaral, ex-diretor de compras e estratégia da Spal-Panamco (maior engarrafadora da Coca no Brasil, recém-adquirida pela mexicana Femsa). Na gravação, Capistrano disse que tinha a missão de tirar a Dolly do mercado. Um dos primeiros artifícios para isso, segundo Codonha, foi o envio de um e-mail fraudulento afirmando que a Dolly fazia mal à saúde e que esta mensagem foi colocada ainda em hospitais, pontos de venda, postos de saúde e academias de ginástica.

Nenhum representante da Coca-Cola quis se pronunciar sobre o tema. No entretanto, a empresa divulgou nota oficial em que trata do caso. “O Sr. Luiz Eduardo Capistrano do Amaral, que figura como fonte de informações e que trabalhou na Spal/Panamco até Dezembro de 2000, prestou depoimento no Terceiro Distrito Policial de Diadema/SP e não confirmou as acusações". Em outro trecho da nota nega ter disseminado informações contra o refrigerante brasileiro. "A acusação do presidente da Dolly, de que a Panamco teria propalado um e-mail na internet contra seu produto, é falsa e não faz sentido. Este e-mail, na verdade, atingiu o Guaraná Kuat, numa versão criminosa de grande repercussão na internet”. A nota coloca ainda que a Femsa ainda não tem nenhuma informação ou evidência que comprovem as referidas acusações.

A nota termina com a seguinte afirmação: “Com 60 anos de presença no Brasil, a Coca-Cola e seus fabricantes adotam uma conduta comercial fundamentada em princípios éticos, que respeitam as normas legais e a concorrência leal em todos os segmentos que atua. Como resultado, ao longo destes anos, vêm conquistando a preferência de clientes e consumidores com produtos da mais elevada qualidade”, finaliza.

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